Fifa vende ingressos da Copa do Mundo reservados para deficientes
A baixa demanda de ventiladores com deficiência se deve a problemas de infraestrutura fora do local?

AFP 2006
Faltando apenas uma semana para a Copa do Mundo, os organizadores começaram a vender ingressos reservados para deficientes físicos para torcedores sem deficiência.
Anunciando sua rodada final de vendas de ingressos esta semana, Fifa disse: 'Após cerca de dez meses de vendas ... tem havido muito pouca procura de assentos dedicados a pessoas com mobilidade reduzida. Portanto, a Fifa disponibilizará a maior parte desse estoque para todos os fãs, mas manterá uma alocação desses assentos reservada. '
No oficial Copa do Mundo No kit de mídia, a Fifa afirma que pelo menos um por cento dos ingressos serão disponibilizados para clientes com deficiência, e diz que qualquer pessoa que se apresentar como deficiente será proibida.
Mas no mês passado Syghana.com relataram que muitos fãs africanos que se candidataram a vistos para o Brasil conseguiram ingressos destinados a pessoas com deficiência. O embaixador brasileiro disse ao site: 'Alguns torcedores ganenses compraram ingressos de assentos [para] deficientes ... Não sei como eles vão entrar no estádio.'
No entanto, agora parece que a baixa demanda por ingressos para deficientes físicos levou a Fifa a vender o excedente para os torcedores não portadores de deficiência.
Um dos motivos para a falta de demanda de torcedores com deficiência pode ser a dificuldade de chegar aos estádios. O Chicago Tribune relata que a deputada brasileira Mara Gabrilli, tetraplégica e ativista internacional em questões de deficiência, levou duas horas para ir do centro de São Paulo à Arena Corinthians, a 19 quilômetros de distância.
Sua jornada incluiu 'três trens de metrô, nove elevadores e uma van acessível para cadeiras de rodas fornecida pelo governo municipal'. Uma vez lá, no entanto, ela ficou impressionada. “Centenas de policiais, funcionários do estádio e voluntários estiveram disponíveis para fornecer instruções, empurrar cadeiras de rodas sobre rachaduras e ajudar a reparar obras incompletas”, relata o jornal.
Mas, embora a Fifa insista que os estádios são adequados para cadeiras de rodas, 'no Brasil, como em muitos países em desenvolvimento, os torcedores com deficiência enfrentarão desafios de acessibilidade em hotéis, restaurantes e outras instalações'.
O jornal acrescenta que o secretário municipal de turismo do Rio de Janeiro, Antonio Pedro Figueira de Mello, disse em uma recente entrevista para uma rádio que os organizadores não deram aos torcedores com deficiência a 'atenção necessária'.
No entanto, ele acrescentou: 'Essas pessoas não costumam vir muito às Copas do Mundo.'
Isso gerou uma resposta irada da ativista da deficiência Teresa Amaral, que apontou que 14,5 por cento da população tinha alguma forma de deficiência e disse ao site brasileiro Turismo Adaptativo seus comentários eram 'absurdos'.
'Todo brasileiro tem o direito de ir à Copa do Mundo e se locomover pela cidade', disse ela.